segunda-feira, 23 de março de 2020

Sobre a Crise do Coronavírus (do blogueiro)

Não podemos deixar de comentar sobre o atual momento pelo qual o mundo passa, particularmente o Brasil.

A questão não é só o vírus. Há muito mais a ser considerado. Busca-se como sempre, um culpado. Há quem queira tirar vantagem e lucrar de algum modo, seja político, econômico ou algum outro. Há também quem queira ajudar de alguma forma, cuidando das necessidades de vizinhos idosos e solitários. Há quem faça algum serviço comunitário ou tente esclarecer o público. E há os profissionais de saúde que com sacrifício estão cuidando da população.


Essa crise porém, tem conseguido a duras penas, conscientizar as pessoas da necessidade de ficar em casa ... e cuidar. Esse é o verbo do momento: Cuidar. Cuidar de si, cuidar do outro, cuidar dos outros. É um momento de introspecção, de olhar para dentro e para fora e ver que não há outro barco. Só há um e todos estamos nele. Cuidar acima de quaisquer diferenças, porque esse vírus mostrou o que é democracia. Ele não libera ninguém, muito pelo contrário. O vírus deve ter chegado ao país através de quem tem condições de viajar ao exterior, pelos mais afortunados. Justamente quem pode se dar ao luxo de ficar em um aposento isolado, com banheiro próprio e que pode ter cuidados especiais. Essa doença ataca a todos(as), pobres, ricos, quem mora em palácios e quem mora nas ruas. Todos são alvos.

Outro aspecto importante é o papel do Estado. Por mais que o neoliberalismo queira e apregoe o Estado mínimo, nas crises o mercado encolhe e se recolhe e amarga suas perdas, que vai afetar a muitos e exige ajuda do Estado para se recompor. Nesses momentos, se não fosse o serviço público, tido como incompetente, parasita e inimigo do país, quem atenderia a população? Quem atenderia o povo, se não o SUS? Quem pesquisaria tratamentos e quem sabe a cura? Os governos de todos os países com poder econômico suficiente estão injetando bilhões de dólares no enfrentamento da doença, a exemplo dos EUA, Itália, França e o próprio Brasil, cada um dentro dos seus limites financeiros, porque se dependesse do “mercado” morreríamos todos.

Mas agora devemos nos preocupar em como bloquear a disseminação do vírus. Devemos lavar as mãos sempre que possível, a todo momento em que água e sabão estiverem disponíveis. Na alternativa, álcool. Máscaras, água, sabão, álcool, isolamento social, suspensão de atividades, tudo vale para que o vírus seja controlado e milhares de pessoas sejam salvas.

Mais uma vez, cuidado, não só para quem pode ter um quarto para ficar isolado, mas também para quem tem de morar em um espaço reduzido, quem sequer tem um quarto decente ou um banheiro, saneamento básico. Todos precisam de cuidado, de atenção e atendimento.

E nunca é demais falar para aumentar a frequência com que lavamos as mãos na impossibilidade, álcool gel, álcool líquido. 70%. A higiene é fundamental, indispensável, questão de sobrevivência. Precisamos nos cuidar para evitar o contágio e diminuir a pressão sobre os serviços de saúde. Precisamos também reconhecer o trabalho de todos os envolvidos, tais como os médicos, enfermeiros, auxiliares, pesquisadores, militares, enfim, todos(as) os(as) que de alguma forma têm tentado minimizar os efeitos desse vírus. 
Sucateia-se e despreza-se os laboratórios, centros de pesquisas, universidades e seus integrantes. Pesquisadores fazem esforços para continuarem seus trabalhos e quando há uma emergência eles são cobrados e até exigidos em dar uma solução. Ciência não se tira da cartola e nem se desenvolve da noite para o dia.

Essa crise veio nos mostrar que o único modo de responder a ela é por meio de investimento em Educação, na formação de pesquisadores, de tecnologias, de ciência básica. As universidades e aqueles que as compõem não são os culpados pelas crises, não são baderneiros. São os que trabalham para em momentos como esses atenderem às necessidades do povo. O resultado do trabalho de professores, pesquisadores, cientistas, aparecem nessas horas. E estão aparecendo, como no caso das pesquisadoras Ester Cerdeira Sabino e Jaqueline Goes de Jesus e equipe e muitos outros(as) abnegados(as) espalhados(as) pelo país. Agora estamos vendo que a Educação é o melhor investimento que pode ser feito por um povo.

Encerro dizendo que tenho fé que essa crise passará logo e no que depender do esforço de todos os envolvidos, em todos os setores da sociedade, com o mínimo de danos à população e para o país. É uma crise e não é necessário comprar mantimentos para estocar para uma guerra. Isso faz os produtos encarecerem e escassearem. Essa crise vai passar, mas vai exigir que o povo brasileiro se conscientize que a suspensão das atividades profissionais não é um feriadão. É para ficar em casa e só sair em caso de necessidade. É chato, mas é preciso para que os hospitais não sofram o tão temido colapso com o aumento rápido dos casos de internamento. A ajuda do povo é fundamental.

Tudo de bom a todos(as) e que Deus fique conosco e nos proteja.

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