segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A reeleição



Temos uma nova mesma presidente. O PT foi recolocado no poder presidencial com pequeníssima vantagem. A presidente Dilma Roussef conseguiu a duras penas a sua reeleição, tornando-se não só a primeira mulher a ser eleita, como a primeira a conseguir o segundo mandato. A história foi feita.

Por outro lado, ficou o recado de que o partido vencedor precisa rever seus conceitos, sua forma de governar e seu modo de agir no poder. Não é mais possível um governo com 39 ministérios e outros penduricalhos a título de cargos nos mais diversos órgãos governamentais. Muitos dos votos que o PT recebeu foram exatamente pelo medo de mudanças, do desconhecido ou do remotamente conhecido. Não foi o voto no melhor, foi, em boa parte, o medo de acontecer o pior. Cuidado. Não foi uma eleição fácil.

Mas não foi só o PT que recebeu um recado. O PSDB e seus aliados precisam olhar as regiões menos desenvolvidas com mais respeito. O Norte e o Nordeste precisam deixar de ser o ‘primo pobre’ do país. O povo está alertando para a necessidade de mudanças. Essas regiões votaram com base no medo de perderem os benefícios sociais que em parte as sustentam? Provavelmente. E muito. Não podem mais serem vistas como regiões insignificantes, as que puxam os indicadores sócio-econômicos do país para baixo. São regiões com potencialidades, com uma população que luta pela sobrevivência – me desculpem, mas o Sudeste agora está sentindo o que é viver sem água – que nunca se entrega e sabem e necessitam serem vistas como parte integrante desse país em momentos outros que não nas eleições. O nordestino e o nortista não são uma população de preguiçosos, mas uma população de desassistidos há séculos.

Então, o governo, seus aliados e seus opositores precisam, urgentemente fazer uma revisão nos seus programas, plataformas, filosofias, de modo a melhor atenderem aos anseios, necessidades e exigências de um povo que deu um claro recado de descontentamento. Não é mais possível ficar esperando “o pedaço de bolo que está eternamente crescendo”. A fome não espera.

Nem sempre quem está a favor está contente. CUIDADO.

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