Em
uma frase atribuída ao ator Will Smith, ele diz: “O racismo não
está piorando, ele está sendo filmado.”
Segundo
o NEABI1
– Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas da UNISINOS –
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, o racismo tem como ponto de
origem os séculos XVI e XVII, pelos europeus, como fundamento da
escravidão e seu mercado lucrativo. Claro que com o passar do tempo
e como o ser humano tem uma tendência natural para o mal – e para
o bem também - o racismo ganhou outras facetas e a necessidade de
colocar outros seres humanos como inferiores e assim subjugá-los e
explorá-los a despeito até mesmo dos dogmas religiosos professados
ou neles baseados.
A
morte do cidadão americano, negro, George Floyd só ganhou
notoriedade porque foi mundialmente vista e mostrou ao mundo a
mazela que ainda perdura nos EUA. Mas não só nos EUA. Lá, pelo
menos é reconhecida e todos sabem que existe, tem cata, fonte e
alvo. Lá pelo menos já houve presidente negro, Secretários de
Estado negros e outros negros em altos cargos. No Brasil, apesar da
propaganda de democracia racial, temos a política do tapinha nas
costas e facada nas costelas. É dito que não há racismo, mas o que
há é terrível.
A
resposta à morte violenta, covarde e injustificável do Sr. Floyd
extrapolou a sua localidade e se espalhou por várias cidades,
mostrando que a resignação e a paciência estão chegando a um
limite perigoso e de graves consequências sociais. Nos EUA a posse
de arma é muito mais flexível do que no Brasil e já houve quem
tivesse exercido esse direito de modo contundente. O problema é se
todos os envolvidos acharem que devem exercer esse direito. O pior
ainda, como os brasileiros têm o costume de copiar os costumes
estrangeiros, especialmente os que não prestam, essa resposta
violenta começar aqui.
E
no Brasil? Não é necessário ser um sociólogo, antropólogo,
estatístico ou seja lá que especialista for para constatar o
“afrocídio” que grassa a nossa sociedade, onde 75% das vítimas
de homicídios são negras.
Somos
a sociedade na qual as elites sociais e econômicas historicamente
basearam sua riqueza e seu poder sobre o comércio e o trabalho
escravizando seres humanos, tirando deles até mesmo a dignidade de
ter o direito de ter uma alma e assim ser coisificado. E a dita
libertação não deu nenhum alento econômico, social e político a
cerca de 1 milhão de escravos (dados não oficiaias) “libertos”,
que da noite para o dia se viram nas ruas, sem ter aonde ir. Tiveram
que ir para as favelas e voltarem ao trabalho quase escravo a quem
lhe desse emprego.
O
racismo traz em si não só a questão social, de condenação a uma
maior dificuldade de mobilidade social e trabalhista, mas também
tira do país a possibilidade de usar um potencial criativo,
intelectual, econômico e político incalculável. Não é difícil
imaginar como seria o Brasil se ele fosse um país mais igual, se os
negros libertos tivessem recebido os mesmos benefícios que os
imigrantes alemães. Italianos e outros receberam para se
estabelecerem.
Foram
mais de 300 anos de exploração e nenhum ressarcimento. Graças a
Deus o povo negro quer igualdade e não vingança, pois se o morro
descer não há força que o segure.
Assim
sendo, o assassinato do Sr. Floyd e de milhares de outros anônimos
está alertando do perigo de comoção social que pode ocorrer, caso
atitudes visando melhorar as condições de vida da população não
sejam tomadas e mais, dada igualdade de direitos. Nem mais, nem
menos, só igual.
Para
encerrar, uma música para animar a alma e um vídeo interessante.
14
de maio - Lazzo Matumbi (Jorge Portugal)(Vídeo)
•Mar
4, 2020
Category:
Music
Music
in this video
Song:
14
de Maio
Artist:
Lazzo
Matumbi
Album:
Lazzo
Matumbi, Vol. 1
Licensed
to YouTube by
CD
Baby (on behalf of Lzz Music & Creative Mkt)
Somos
todos parentes(Vídeo)
•Dec
31, 2016
Category:
People
& Blogs
Referência:
UNISINOS/NEABI1
– Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas. A
História do Rascismo – Documentário.
Publicado em 04 de Fevereiro de 2013. Disponível em
http://unisinos.br/blogs/neabi/2013/02/04/a-historia-do-racismo-documentario/
Acessado em 31/05/2020. UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos
Sinos.
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